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20 de July de 2018
No artigo anterior (“Conhecendo e Apreciando sua Própria Voz“) falei a respeito de como devemos conhecer e apreciar nossa voz, sabendo que ela é criação de Deus, e adequada aos Seus planos para nós. Quero dar continuidade falando de dois aspectos fundamentais.
Eu administro a minha voz. (Parábola dos Talentos – Mt 25.14-30)
É claro que, tudo o que Deus dá é perfeito, mas precisamos administrar aquilo que nos é confiado com maestria, e em alguns casos, devido a outros problemas que muitas vezes vêm desde a infância, alguns têm dificuldades de usar de forma correta sua própria voz. O problema mais comum é a falta de iniciação musical, ou seja, um contato com a música desde a mais tenra infância. A iniciação musical desenvolve a percepção rítmica e melódica, ingrediente essencial para um bom cantor. No caso de alguém que tem dificuldades de afinar a voz ou de cantar no tempo correto da canção, essa percepção rítmica e melódica precisa ser desenvolvida. Isto pode ser feito com o acompanhamento de um professor, com vocalizes e solfejos (cantar notas musicais lendo partitura).
Outra questão que impede o bom funcionamento da voz é a má distribuição da voz nas regiões de ressonância. Alguns têm a voz muito anasalada, outros forçam muito a região sub-glotical, e em muitos casos isto causa uma sensação desagradável para quem ouve. Isto também pode ser solucionado com aulas de canto, aprendendo a conhecer as regiões de ressonância e utilizá-las da forma correta. Em casos extremos, faz-se necessário um acompanhamento fonoaudiológico.
Existe também aqueles que procuram cantar em regiões fora da sua tessitura. Isto é muito perigoso e causa muitas marcas, além de, em muitos casos, não ser agradável pra quem escuta. Tome o cuidado de conhecer sua região vocal e adeque as canções à ela. Não fique preso às “normas” ou “modelos” relacionados aos estilos musicais, mas procure valorizar-se mais do que a canção, pois Deus não está preocupado com a sua música, ele está preocupado com você.
O que desejo enfatizar aqui é que, diante de Deus, não existe voz bonita ou feia, isto existe de acordo com os padrões que o mundo nos apresenta. Posso usar como exemplo o mundo da moda. Os estilistas e modelistas dizem que uma mulher “modelo” deve pesar 40 quilos, ter 1,80m, 80 de busto, 60 de cintura e 80 de quadril. Quantas mulheres brasileiras se encaixam neste manequim? E por acaso os 90% restante que difere disto é composto por mulheres feias ou mal formadas? É claro que não! A mesma coisa acontece com a música. Existe, claro, uma ética musical, até mesmo uma coerência é exigida para que haja uma compreensão da música tanto por experientes quanto por leigos, mas não podemos afirmar que determinado estilo, movimento, cor ou forma é melhor que outro. Deus é criativo e tem muito som “guardado na gaveta” porque os padrões culturais têm sufocado este manancial.
Tudo para Ele:
“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11:36).
Seja o que for que fizermos, precisamos adquirir a ótica do Reino de Deus. Como Ele nos vê, como Ele nos enxerga. Ele nos fez “pouco menores que os anjos” (Sl 8). Precisamos buscar saber se todo tempo e energia que estamos gastando com algo realmente vai converter em lucro para o Reino de Deus. Muitas vezes ficamos dando “murro em ponta de faca”, fazendo aula de canto e estudando horas quando Deus quer que aprendamos a pintar, bordar, dançar ou cozinhar. Ele coloca em nós um potencial, uma centelha dEle mesmo, para que façamos, para Ele, tudo o que fizermos. Com isto desejo que cada pessoa que ler este texto busque em Deus a certeza de estar no lugar certo fazendo a coisa certa, bem como a capacitação para tal, tendo o discernimento de que precisa buscar também o aprimoramento que o próprio Pai coloca à nossa disposição, preparando pessoas para nos servirem neste sentido.
No amor de Cristo Jesus.