Marcelo Jammal – O poder da experiência
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16 de February de 2018
“Quando saíram os sacerdotes do santuário (porque todos os sacerdotes, que estavam presentes, se santificaram, sem respeitarem os seus turnos); e quando todos os levitas que eram cantores, isto é, Asafe, Hemã, Jedutum e os filhos e irmãos deles, vestidos de linho fino, estavam de pé, para o oriente do altar, com címbalos, alaúdes e harpas, e com eles até cento e vinte sacerdotes, que tocavam as trombetas; e quando em uníssono, a um tempo, tocaram as trombetas e cantaram para se fazerem ouvir, para louvarem o SENHOR e render- lhe graças; e quando levantaram eles a voz com trombetas, címbalos e outros instrumentos músicos para louvarem o SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre, então, sucedeu que a casa, a saber, a Casa do SENHOR, se encheu de uma nuvem; de maneira que os sacerdotes não podiam estar ali para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR encheu a Casa de Deus.” (2Cr 5.11-14)
Este trecho da bíblia se refere ao momento em que a arca foi trazida para o templo de Salomão, e confesso que sempre que leio este trecho me sinto desafiada como cristã e ministro de louvor a encontrar este ponto onde durante um tempo de louvor e adoração da congregação o lugar é cheio da glória de Deus.
Sei que a música não tem um fim em si mesma, mas pode ser um veículo poderoso para nos conduzir pelo poder do Espírito a lugares inimagináveis na presença de Deus. A música agrega, comunica, influencia e Deus a criou para cumprir um propósito muito específico. Me pergunto constantemente: o que nos torna aptos a executar esta música que atrai a glória de Deus? De acordo com o texto bíblico acima, podemos observar alguns princípios importantes que nos leva a uma resposta muito coerente.
- Os sacerdotes – Os sacerdotes eram homens que exerciam o ofício de ministrarem diante de Deus. Para que eles pudessem cumprir este ofício era necessário toda uma separação e preparação estabelecidas pelo próprio Deus. Não era de qualquer maneira que eles podiam se aproximar de Deus. Em Cristo nos tornamos sacerdócio real (1Pe 2.9; Ap 1.6). Ele mesmo nos estabeleceu e nos capacitou, abrindo um novo e vivo caminho que nos leva à presença de Deus e nos torna representantes de Sua luz neste mundo.
- Se santificaram – Assim como deveriam se santificar porque não poderiam exercer este ofício diante de um Deus Santo de qualquer maneira, nós também devemos nos proceder desta mesma maneira, pois, (Hb 12.14) sem santificação ninguém verá o Senhor. O sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado, ( Hb 9.13-14; 1Jo 1.7, 9; 1Co 6.11; Ap 1.5).
- Os levitas que eram cantores – Sei que temos muitos ensinamentos preciosos procedentes do ministério levítico, porém precisamos compreender que em Cristo foi estabelecido um novo sacerdócio e que todos nos tornamos sacerdotes de uma nova linhagem. Todos nós temos acesso a presença do Pai através de Jesus (Hb 10.19-22), não somente um grupo especial, mas todos os cristãos, independente da função que exercemos no corpo de Cristo.
- Vestidos de linho – vestes de linho eram vestes especiais utilizadas no A.T. pelos sacerdotes e levitas (Ez 16.17). Jesus nos cobriu de vestes de salvação, nos envolveu com o manto de justiça, lavou as nossas vestes e nos vestiu com vestes de louvor (Is 61.10,11).
- Estavam de pé para o oriente do altar – oriente do altar é a direção do nascer do sol, isso me fala de centralidade em Cristo, mantermos o nossos olhos e coração para esta direção (Efésios 1:9,10).
- Com címbalos, alaúdes e harpas – tinham seus instrumentos em suas mãos, ou seja, estavam cumprindo seu chamado utilizando as ferramentas corretas, embora elas não tenham um fim em si mesmo.
- Em uníssono – este trecho fala claramente do poder da unidade. Deus gera esta unidade, através da cruz de Cristo somos capacitados a viver em comunhão verdadeira, nos tornamos “um” com os outros (Ef 2.14-16) , onde há unidade há unção, há presença de Deus (Sl 133).
- Para louvarem o Senhor porque é bom – Mais uma vez fala de centralidade, propósito e motivação alinhados com Deus. Somente ao Senhor é devida toda honra e toda glória. A centralidade dos nosso louvor e adoração deve ser o Senhor Deus, o único digno de toda honra e glória. (Rm 16.27, Ap 4.10).
- Então sucedeu que… A GLÓRIA!!!!!!!
Creio que é muito importante almejarmos níveis cada vez mais profundos em Deus não somente para a nossa vida de adoração e louvor individuais, tal como para a nossa congregação. Mas precisamos buscar entendimento melhor de como isso foi estabelecido por Deus.
Gostaria de finalizar deixando essa reflexão como um desafio para os músicos e cantores que atuam na área da música. Normalmente, a responsabilidade de preparação e separação fica muito nas costas do “ministro de louvor”, como se somente ele tivesse que se santificar, ouvir a voz de Deus e estar conectado com o Espírito Santo antes e no momento de ministração. Porém como cristãos todos nós fomos estabelecidos como sacerdotes, independente da nossa função operacional no corpo de Cristo. Portanto eu creio que quando entendermos melhor esta realidade , caminharmos mais alinhados em comunhão e tivermos o mesmo alvo “Jesus”, experimentaremos corporativamente níveis muito mais profundos e visíveis da GLÓRIA DE DEUS.
Por: Christie Tristão